Campanhas

  • Realização de campanhas permanentes e ou periódicas em favor da igualdade de oportunidades e de direitos entre todas as pessoas;
  • Desenvolvimento de programas de orientação e informação junto a movimentos sociais organizados na periferia das grandes cidades e no interior do estado.

 

Campanha dos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres


A Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres é uma mobilização educativa e de massa, que luta pela erradicação deste tipo de violência e pela garantia dos direitos humanos. Em todo o mundo, quatro datas-marco representam essa luta no período de realização da Campanha: 25 de novembro a 10 de dezembro, por isto chamamos de 16 Dias de Ativismo. No Brasil, mais uma data é destacada pela dupla discriminação sofrida pelas mulheres negras: 20 de novembro – Dia Nacional da Consciência Negra. Tudo isso para que a sociedade repudie este ato de violência praticado contra as mulheres, pois eles são uma violação dos Direitos Humanos.
20 de novembro – O Dia Nacional da Consciência Negra se remete à inserção do negro na sociedade brasileira e sua luta contra a escravidão. Instituído em 1978, a data é uma homenagem ao dia do assassinato de Zumbi dos Palmares, em 1695, ícone da resistência negra ao escravismo e da luta pela liberdade.
O dia 25 de Novembro -  foi declarado Dia Internacional da Não-Violência contra as Mulheres no primeiro encontro Feminista da América Latina e Caribe organizado em Bogotá, Colômbia, de 18 a 21 de Julho de 1981.
Neste encontro, houve uma denúncia sistemática de violência de gênero, desde os castigos domésticos, às violações e torturas sexuais, o estupro, o assédio sexual, a violência pelo governo, incluindo tortura e abuso de mulheres prisioneiras. Este dia foi escolhido para homenagear o violento assassinato das irmãs Mirabal (Pátria, Minerva e Maria Teresa) no dia 25 de Novembro de 1960, pelo ditador Rafael Trujilo, na República Dominicana. Em 1999, as Nações Unidas reconheceram oficialmente o 25 de Novembro como o Dia Internacional da Não-Violência contra as Mulheres.
1º de dezembro – O Dia Mundial de Combate à Aids marca o começo de uma campanha anual, com o objetivo de encorajar e receber apoio público no desenvolvimento de programas para prevenir o contágio e a disseminação da infecção do HIV. Também procura proporcionar educação e promover a tomada de consciência sobre as questões sobre HIV/Aids. A primeira campanha foi lançada em 1988, depois da Reunião Mundial dos Ministros de Saúde, que chamou a atenção para um espírito de tolerância social e para uma maior troca de informação sobre HIV/Aids. O Dia Mundial de Combate à Aids serve para fortalecer o esforço global para enfrentar a epidemia da Aids.
06 de dezembro – Massacre de Mulheres de Montreal (Canadá)
Símbolo da injustiça contra as mulheres, o massacre de quatorze estudantes da Escola Politécnica de Montreal, Canadá, dia 6 de dezembro de 1989, gerou debate sobre as desigualdades entre homens e mulheres e a violência gerada por esse desequilíbrio social no mundo. Este fato inspirou a criação da Campanha do Laço Branco, mobilização mundial de homens pelo fim da violência contra as mulheres. No Brasil, a partir de 2007, foi instituído como o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres (Lei nº 11.489, de 20/06/2007).
10 de dezembro – Dia Internacional dos Direitos Humanos
A aprovação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948, pela Organização das Nações Unidas (ONU) foi uma resposta à violência da Segunda Guerra Mundial. Posteriormente, os artigos da Declaração fundamentaram inúmeros tratados e dispositivos voltados à proteção dos direitos fundamentais. A data lembra que violência contra as mulheres é uma violação dos direitos humanos.

Campanha Laço Branco

 

Laço Branco - envolvendo homens pelo fim da  violência contra as mulheres

 

No dia 6 de dezembro de 1989, um rapaz de 25 anos, chamado Marc Lépine, invadiu uma sala de aula no prédio da Escola Politécnica da Universidade de Montreal carregando um rifle semiautomático. Ele ordenou que os homens (aproximadamente 48) se retirassem da sala, permanecendo apenas as mulheres, gritando: “vocês são todas feministas?”, esse homem começou a atirar enfurecidamente e assassinou 14 mulheres, à queima roupa, e deixou 13 pessoas feridas (9 mulheres e 4 homens). Em seguida, suicidou-se. O rapaz deixou uma carta na qual afirmava que havia feito aquilo porque não suportava a idéia de ver mulheres estudando Engenharia, um curso tradicionalmente dirigido ao público masculino.
 
Essas 14 mulheres tornaram-se tragicamente, símbolos da injustiça contra as mulheres. O crime mobilizou a opinião pública, gerando amplo debate sobre as desigualdades entre homens e mulheres e a violência gerada por esse desiquilíbrio social. Grupos de mulheres no Canadá organizaram vigílias, marchas e memoriais. Houve aumento significativo no apoio a programas educativos e recursos para redução da violência contra as mulheres. Tanto o governo federal quanto governos locais fizeram compromissos nesse sentido. Em 1991, o governo canadense proclamou o dia 6 de dezembro como o Dia Nacional para Memória e Ação contra a Violência contra as Mulheres. Desde então, diversas atividades e iniciativas foram realizadas para alertar a população e os governos sobre essa questão.
 
Homens se mobilizam
Um grupo de homens do Canadá se organizou para dizer que existem homens que cometem a violência contra a mulheres, mas também há aqueles que repudiam essa atitude. Eles elegeram o laço branco como símbolo e adotaram como lema: jamais cometer um ato violento contra as mulheres e não fechar os olhos frente a essa violência.
 
Lançaram, assim, a primeira Campanha do Laço Branco (White Ribbon Campaign): homens pelo fim da violência contra a mulher.
 
Durante o primeiro ano da campanha foram distribuídos cerca de 100.000 laços entre os homens canadenses, entre os dias 25 de novembro e 6 de dezembro, semana que concentra um conjunto de ações e manifestações públicas em favor dos direitos da mulheres pelo fim da violência. O dia 25 de novembro foi proclamado pelo Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas, como Dia Internacional de Erradicação da Violência contra a Mulher. O dia 6 de dezembro foi escolhido para que a morte daquelas mulheres (e o machismo que a gerou) não fosse esquecida.
 
Trabalhando junto a diversos órgãos das Nações Unidas, particularmente o Unifem, e em parceria com organizações de mulheres, essa campanha foi implementada ao longo das duas últimas décadas nos cinco continentes, em diversos Países, entre os quais Japão, Alemanha, África do Sul, Israel, Austrália e Estados Unidos.
 
A Campanha do Laço Branco no Brasil
 
Um dos principais objetivos do Instituto PAPAI e das demais organizações que compõem a Rede de Homens pela Equidade de Gênero é trabalhar a idéia de que os homens não são “naturalmente violentos”, que a violência é aprendida e que os homens podem adotar posturas diferentes com suas parceiras.
 
Por isso, desde 1999 a Campanha do Laço Branco no Brasil, promove em parceria com organizações o Movimento de Mulheres, diferentes atividades, entre elas: distribuição de laços brancos, distribuição de camisetas e folhetos informativos, realização de eventos públicos, caminhadas, debates, oficinas temáticas, entrevistas para jornais e revistas, coleta de assinaturas e termos de adesão à Campanha etc.
 
Homens e a Lei Maria da Penha
 
As ações que envolvem informação e educação são as melhores estratégias de envolver os homens e diminuir os números de violência contra as mulheres. A lei Maria da Penha é uma grande conquista. Nos últimos dois anos, procuramos demonstrar para outros homens que a lei não é contra os homens, ela é contra a violência contra a mulher. A lei é aliada dos homens na conquista de uma sociedade sem violência.
 
Perspectivas da Campanha 2010
 
Os lemas “Jamais cometer um ato de violência contra uma mulher” e de “não se calar quando presenciar um ato de violência” acompanham sempre a Campanha do Laço Branco.
 
Ao desenvolvermos a Campanha do Laço Branco, defendemos a idéia de que não conseguiremos transformações efetivas se encaramos os homens apenas no lugar de autores de violência. O nosso esforço é para envolvermos os homens na construção de outras formas conciliadora. Essas ações se articulam em oposição à vivente de que os homens possuem uma natureza mais violenta que a das mulheres e que as violências de gênero são temas importantes apenas para as vítimas.Fonte: Revista Mátria - A emancipação da mulher,  de 08 de março de 2010.
Artigo de Ricardo Castro e Benedito Medrado.

 

 

Campanha Homens de minas pelo fim da violência contra as mulheres

 

Campanha Ponto Final